quarta-feira, 12 de maio de 2010

Nós e nós mesmos



Laerte, na Ilustrada de hoje. Trabalhar é preciso.

sábado, 24 de abril de 2010

Dívida cruel



Laerte, na Ilustrada de hoje. Podia ser qualquer um de nós, povo do tempo do lápis e papel.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Vou ali e já volto

Não tenho tido condições de postar como deveria e gostaria, volto e explico outro dia qualquer.
Por enquanto, continuo insultado pela desfaçatez do presidente da República em se lançar candidato quatro anos e meio antes da eleição. Ele está fora por imposição da Constituição, mas já se sabe que tentará voltar em 2014, com Dilma ou Serra, tanto faz.
Também continuo fascinado pelo tema da desconstrução da Igreja Católica. Está chegando a hora de revisar os efeitos da religião na sociedade, os evangélicos têm de serem contidos, todos os religiosos enquadrados em uma nova ordem social inspirada e voltada unicamente para o conhecimento.
Estes pensamentos devem ser uma bobagem escandalosa diante da verdade absoluta da ciência política e dos modernos conceitos filosóficos e científicos, mas não posso deixar de dizer que Lula é um cínico, os padres nos envergonham, os bispos nos espantam e o Papa nos engana.
Até mais tarde.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Das 27 teclinhas

A candidata do governo a presidência da República começou a enfrentar dificuldades reais na campanha eleitoral. O grande problema, segundo posso ver aqui do alto do nada, sem dúvida, é o discurso. Ela largou na ofensiva, com agressividade e lógica de oposição, mas contra um fantasma eleitoral do seu partido, o ex-presidente Fernando Henrique. Este tipo de discurso, ou melhor, o texto de Dilma, não sustenta uma lógica progressiva, o inimigo é requentado de um passado distante e dito superado. Logo depois de anunciado, o textinho tem de ser explicado, justificado. Do ataque, passa de imediato à defesa. Isso não é bom. Quer dizer, não é bom para ela, candidata, mas é ótimo para os adversários.
Ou o pessoal do teclado fala sério ou a candidata vai para o baile eleitoral como alguém impulsivo, autoritário e... inconfiável. O marketing de maldades já parece bem assimilado pelo eleitor, talvez seja hora de simplesmente falar a verdade, tipo eu sou fulaninha de tal, fiz tal coisa e quero fazer isso, isso e aquilo. Não deve ser muito difícil. Até o Serra conseguiu.

Redondilha manca

O Haiti não é aqui.
O Chile não é aqui.
Teerã não é aqui.
Caracas não é aqui.
Havana não é aqui.
Washington não é aqui.

O Morro do Bumba é aqui.

domingo, 11 de abril de 2010

Amanhã será um novo dia

Estratégia de campanha política. Isso é o que decide eleição, fora suicídios voluntários de candidatos e fatos políticos excepcionais.
Os discursos de ontem, de Serra, Fernando Henrique, Lula e Dilma, desnudaram forma e conteúdo das campanhas eleitorais da oposição e da situação.
A Situação, pelos mais descabidos e extraordinários motivos, usará o discurso de Oposição. Ninguém entre os governistas foi capaz de formatar uma conversa lógica progressista. Preferiram desenvolver defesas específicas contra supostos ataques e acabaram apresentando-se ao distinto público como uma espécie de elefante enfeitado de bailarina tentando se equilibrar numa corda bamba em chamas. É muito "heroísmo" para um povinho debochado como os brasileiros.
A oposição conseguiu falar olhando para o futuro. E isso insinua um sentimento de orgulho nacionalista sem apelar para ufanismos personalistas e patrióticos. Deu para entender o que Serra estava querendo dizer. Conteúdo é fundamental, sem ele não há forma que resista. O palhaço, por mais simpático que seja, tem que ser engraçado.
O abismo entre o improviso de Serra e o de Dilma, nos eventos de ontem, é tão grande que pode muito bem abrigar o grande saco de popularidade do governo Lula.
A Oposição falou como um bom aluno do terceiro ano científico falaria sobre o que ele vai ser quando crescer. Uma conversa objetiva e inspirada na esperança.
A Situação falou como o pipoqueiro no pátio da escola, ”olhai, vamo aproveitá, o preço vai subi”, quer dizer, um papo de vendedor ambulante de oportunidades.
Se depender de estratégia, e do texto, o jogo já está ganho.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Hora de sofrer

Estava reparando a pouco, do alto da varanda aqui de casa, de onde tenho uma privilegiada vista panorâmica de um pedaço exemplar das franjas periféricas soteropolitanas, o cinza chumbo das nuvens pesadas e o ar noir, grisé, que cobre mangueiras, cajueiros, jambeiros, clubes sociais, palacetes e casebres amontoados. O outono é tão bonito quanto ameaçador.
As cidades são como os animais domésticos, sabem quando vai acontecer algo ruim. Agora, basta olhar para o céu da Bahia que se vê que vai acontecer algo ruim. Muito ruim.
Dizem que há estreita relação entre as forças da natureza e as divindades da crença humana.
Então, se por um acaso da minha lógica digressiva os deuses estejam mesmo castigando São Paulo e Rio de Janeiro por sua população ter votado em políticos incompetentes e ladrões, imaginem só o tamanho do problema que está chegando à Bahia nas asas do vento.