domingo, 7 de junho de 2009

Sentença senil

Não é que eu queira azedar o domingo de vocês, mas Millôr Fernandes, o gênio do Meyer, estragou o meu, então vou falar um pouquinho sobre isso.
A coluna que está no ar, via Uol, é uma peça mal acabada de um velho humorista preguiçoso.
A primeira frase-reflexão é perfeita (Uma vez que o privilégio é institucionalizado, vira religião).
A segunda frase (Não desespera irmão, com toda essa escuridão, tem sempre aurora em algum lugar) é um descarado arranjo floral para um velho –e conhecido- verso do poeta Otto Maria Carpeaux (A escuridão é tão intensa que a aurora não deve demorar).
O Internet Nota 10 é repetição de alguns meses atrás, com agravante de não citar o nome do fotógrafo (Charles Ebbts).
E o recado final é um insulto gratuito a todos os fumantes (Seja gentil com um fumante, ele vai morrer).
Todo mundo sabe que todos vamos morrer. Esta, na verdade, é a única certeza da humanidade –ninguém sai vivo dessa, lembram-se? Eu, por exemplo, acabo de acender um genuíno Hollywood, sei que vou morrer não demora muito, mas na certa será bem depois de Millôr.

Um comentário:

pascoal gomes disse...

A Múmia do Leblon, ou o escritor em pedaços, acha que nunca vai morrer.