quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Resistir é preciso

Imprensa independente é garantia de saúde administrativa do Estado.
Esta é uma verdade prática que se aprende em qualquer setor de redação de jornal diário, mas que parece não chegar aos ouvidos de lógica política sindicalista dos governistas, sejam estes o iluminado líder nacional, os ministros marqueteiros, os senadores que vestem ternos milionários ou simples entusiastas assalariados de uma ideologia mais esfuracada que peneiras à luz do sol. Hoje há um exemplo claro no noticiário do dia.
Uma repórter do Estadão descobriu que a prova do Enen havia vazado, procurou o Ministério da Educação e conseguiu evitar uma fraude sem precedentes na história do ensino superior no Brasil. Isto é jornalismo independente e é disso que o País precisa -não de manchetes que só dizem amém.
O Estadão é um dos últimos bastiões de liberdade de opinião, de independência de verbas oficiais, de compromisso com a ética na mídia de comunicação nacional. O Estadão e a Folha talvez sejam os únicos jornais do país que resistem à idéia governista esdrúxula de jornal único, nos moldes da antiga imprensa soviética e tão a gosto do pensamento liberal transversal fascista que vigora nos encastelados do Planalto.
O interessante desta história é que o jornal circula todos os dias, tanto nas bancas como na Internet, com uma faixa preta abaixo da logomarca avisando que está sob censura. A censura foi determinada por um juiz do Maranhão, a pedido de Fernando Sarney, filho do presidente do Senado e líder de uma quadrilha especializada em desviar dinheiro público.
E tem gente que pensa que a ditadura é em Honduras.

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