quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Sexta 13

Sexta-feira 13, lua cheia. Acontece de vez em quando, mas bem que podia ser hoje, noite de ano novo. Significa quase nada, salvo receios de lobisomens e vagas lembranças de praias desertas, um texto de Flaubert “–que leves giras, sustentada pelo éter impalpável”, e também a certeza de maré baixa ao alvorecer, bom para caminhar e imginar loucuras. Recomenda-se vinho, mas vinhos são recomendáveis em qualquer lua. Recomenda-se algo entre prosa e poesia, talvez um longo poema do Canto Geral, mas odes são recomendáveis até em quarto crescente. Recomenda-se, enfim, silêncio, o mesmo silêncio que se deve respeitar aos motoristas de ônibus e em corredores de hospitais e na hora de amar alguém que se ama de verdade. O resto todo pode ser feito aos urros e gemidos ou aos antigos gritos e sussurros. Como todos os dias. E em todas as luas.

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