quarta-feira, 13 de maio de 2009

Diário da aldeia

Como nos filmes americanos, acho que já publiquei isto e ninguém se importa.

Foi na tardinha do sábado, nada a ver com Sabiá, o jornal da casa, tudo a ver com futebol. Estava na janela, admirava o horizonte rosa, céu chumbo azul, vitrola moderna a cantarolar versos de poeta, sofrimento não me assusta, Maria, é meu vizinho de boas tardes, de repente dei de ver a mim mesmo, ali, acima da colina, a me olhar com cara de sinceridade, impossível, inútil me ignorar. Pareço com cara de quem não tem outra coisa a dizer a não ser que faltam apenas uns 30 minutos para o jogo acabar. Estou, não, nem sei como estou, só sei que até agora perco por dois a zero, e o time deles é bom. Não consigo encaixar um passe, uma finalização, um zagueiro já foi expulso, o volante puxa a perna, o juiz está roubando pra caralho, duas gotas de suor me embaçam a visão, e ainda assim continuo certo que a vitória é o único destino.
Nunca foi tão fácil.

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