segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Los antojos

O presidente Lula inaugurou seu blog hoje.
Do alto de seu espetacular senso de democracia e de uma modéstia messiânica exemplar, o presidente botou o pé na WEB com uma afirmação retumbante de auto-elogio sobre as recentes descobertas da camada de pré-sal pela Petrobrás, embora nada, absolutamente nada tenha a ver com isso. Sem um sorriso nos lábios ou qualquer outro indício de bom humor, Lula afirmou que o pré-sal é a segunda independência do Brasil. Ou seja, ele estava falando sério.
O que ele quer dizer com isso?
Quer dizer que com ele nasceu um novo Brasil e este país É dele, assim como a Petrobrás, a Eletrobrás, os Correios, a Caixa, o Banco do Brasil, etc., etc.
A ex-ministra Marina Silva disse mais ou menos a mesma coisa, com cuidado de ressalvar que ninguém deve querer ser líder de tudo e ainda querer ser líder do resto.
Só não explicou direito porque quer refundar o PV –seria, por exemplo, para ficar com a presidência do partido e, quem sabe, ser líder de tudo?
A realidade política brasileira parece ter caído no funil –ou na peneira.
Na próxima eleição, mais do que nunca, iremos votar de máscara. E em outra máscara.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Águas de agosto

Estou alguns dias em silêncio, desculpem, mas apenas sigo os líderes.
O guia e mentor do Governo Federal socialista, liberal, progressista, populista, fascista, oportunista e mentiroso está em silêncio.
A favorita está -ou foi posta- em silêncio.
O vampiro careca da avenida Paulista está aos brados, mas ninguém ouve.
A truculência democrática cearense negocia sorrisos e almas por um lugarzinho no grid.
A santinha do pau oco tem apoio da diabinha do pau puro.
Até Gilmar Mendes parou de falar pelos cotovelos, agora é a vez de Henrique Meireles apresentar ao distinto eleitor sua voz de barítono de ópera bufa.
E um trabalhador rural foi morto com um tiro de calibre 12 nas costas durante a invasão de uma fazenda no pampa gaúcho.
Eu vou escrever o que?
Estou à procura de parceiro para uma dupla caipirinha, Perna de Pau e Olho de Vidro.
Alguém se habilita?

No alvo


Laerte, na Ilustrada de hoje, algumas voltas à frente dos coleguinhas.
-Eis um poema que abalará vossos corações.
-Vai-se a primeira bomba despertada.
- Não era pomba?
- Não.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Tarja preta

O senador José Sarney é mesmo um criminoso político compulsivo. Tal qual os bandidos incorrigíveis que esperam indulto de Natal ou de Dia das Mães ou outra besteira semelhante para voltar à vida de crimes pelo menos num fim-de-semana.
Foi mais ou menos isso que ocorreu com Sarney.
Assediado por seus pares e acossado pelos holofotes da mídia, Sarney manteve-se os últimos dias em repouso -como uma flecha parada no ar. Bastou mudar o foco das atenções, com o depoimento da ex-secretária da Receita Federal e os devolteios de Aloízio Mercadante, para o veterano meliante da cena nacional sacar da caneta e sacramentar novos crimes lesa-Pátria. Segundo o Estadão de hoje, Sarney assinou mais 45 atos secretos e de quebra beneficiou uma sobrinha assaz necessitada do dinheirinho público.
Ou o velho coronel nortista enlouqueceu de vez ou a impunidade é mesmo o maior estimulante para quem tem mania de roubar.

Quem tiver pé pequeno...

O presidente Lula, irritado até a raiz dos cabelos com a crise que ele diz não existir dentro do Partido dos Trabalhadores, deu ontem à noite mais uma lição de clareza política e senso de justiça democrática ao afirmar, com outras palavras, claro, que Porta da RUA é Serventia da Casa...
Lula criou a graciosa agremiação partidária, educou os filhos pródigos nos princípios do peleguismo sindical e agora ameaça expulsar de casa quem não tomar a sopa de porcarias que está sendo servida a Nação.
Isso é que é pragmatismo.
Isso é que é democracia.
Isso é que é política.

Pátria amada


Laerte, na Ilustrada de hoje.
Idolatrada, salve, salve!!

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

O fim do PT do bem

Ontem, quarta-feira 19 de agosto, foi um dia histórico para a cena política nacional. O Partido dos Trabalhadores, o mesmo PT que arrebatou corações e mentes por todos os cantos do País com ideais de liberdade e igualdade, perdeu dois de seus mais legítimos representantes, o senador Flávio Arns e a senadora Marina Silva. Mas em patética compensação política, consolidou o noivado com três dos nomes mais questionados do País e comprometidos até a alma com os valores capitalistas que hoje embasam as ações do Governo Federal, os senadores José Sarney, Collor de Mello e Renan Calheiros.
A grande questão, para a militância do PT em todo o País, é saber se vale a pena jogar este vale-tudo para se manter no poder, sem mover qualquer palha do monte de feno nacional , como a preservação dos recursos naturais, a reforma agrária e os sistemas de educação e saúde pública. Ou se está afinal chegando à hora de abandonar a romântica nau dos insensatos que está atirando antigos e valorosos remadores ao mar em troca de um lugarzinho a bordo para veteranos piratas bucaneiros.
O PT, cada vez mais, é só um quadro na parede da Pátria. E daqueles que só doem quando a gente olha.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Por isso eu vou na casa dela

Surge o primeiro nome para a vaga de vice-presidente na chapa de Marina Silva a Presidência da República. É o velho e bom cantor e compositor Gilberto Gil, ex-ministro da Cultura do Governo Lula. Gosto muito de Gil como um dos mais legítimos e categorizados artistas nacionais. Gosto tanto que quando dirigia um jornaleco aqui na Bahia até fiz campanha para ele concorrer a Prefeitura de Salvador, mas o Rei Mudança da época, o arcebispo Waldir Pires, impediu Gil de começar sua carreira política com um cargo executivo.
Mas, hoje, depois da pífia atuação de Gil na Cultura, onde o melhor que conseguiu foi escapar, com leve arranhões, de denúncias de corrupção, não vejo nele capacidade de aglutinação partidária ou mesmo representatividade política popular para pongar no bonde de Marina.
Ele é PV, cantaria um belo jingle, filmaria clips emocionantes, mas um candidato precisa de votos. Ou de muito dnheiro. Não é o caso de Gil. Voto, como se sabe, fora Lula, ninguém tem neste país. Dinheiro, isto sim, tem muita gente com os bolsos, as gavetas, os cofres cheios. Como Antonio Ermírio de Moraes, por exemplo.
Seria uma chapa bem interessante, Marina e Ermírio.
Ela estraçalha a imagem de Dilma e Ermírio implode a base de Serra.
Será que tem alguém lendo esta sugestão sabugosa?

O sorriso do Brasil



A ex-secretária da Receita Federal Lina Vieira flagrada pela lente de Alan Marques, da Folha, abre o riso em depoimento ontem na Comissão de Justiça do Senado Federal.

Segurança e espontaniedade de quem não deve nem teme e não tá nem aí. Ou dona Dilma assimila e neutraliza esse sorriso já ou os governistas podem começar a procurar um lugar agradável para acomodar a vaca de Lula no brejo.

Realismo nostálgico



Tira de Laerte, na Ilustrada de hoje.

-Gostaria de ser criança outra vez?

-Não. Gostaria de ser criança pela primeira vez.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Homens que são sãos

Entre alimentar o cachorro, passar o café e espichar o rabo do olho para o telejornal me surpreendi agora a pouco com uma aparição do Presidente da República. Cidadão contrito, prestei atenção.
Lula desafiava a ex-secretária da Receita Federal a mostrar a agenda para provar ter se encontrado com a ministra Dilma Roussef. A argumentação do Presidente era tão infantil, descabida, primária, que achei que ainda não havia acordado direito. Em seguida apareceu o senador José Sarney, outra vez a se defender de denúncias indefensáveis sob alegação patética “...um homem com a minha vida pública!”
Desisti do café, da conversa com o cachorro, ele sempre sábio e objetivo, e vim para o computador batucar este sambinha desaforo. E vou botar pra tocar um baião de Sergio Ricardo. Um baião que o cego Aderaldo cantava na feira de Caruaru. Um baião que Lula certamente ouviu ao longo de sua trajetória política enquanto costurava a fantasia de líder operário. Adivinhem. Tem a ver com o Bolsa Família.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Isto é um assalto

Naquele velho e surrado estilo do perguntar não ofende, me ocorreu agora se o extraordinário espetáculo de desobrigação ética e moral da classe política, misturando mais do que nunca no mesmo saco os bigodes farsantes de Sarney e Mercadante e as caras de pau escanhoadas de Calheiros e Virgilio, é mesmo um reflexo direto da sociedade brasileira? Será que nós merecemos os políticos que elegemos? Ou será que não?
A tendência natural é dizer não, claro que não merecemos estes políticos. Sei não. Se a gente olhar direitinho o que ainda acontece no campo, nas periferias das grandes cidades, em castelos e nas favelas, em iates e jangadas, em templos e cadeias, nos escritórios e botequins, nos ônibus de operários e nos Jaguar (Jaguar!) de estelionatários, talvez a gente até ache que está bem na foto, isso podia ser um retrato ainda mais nítido e lógico da realidade das ruas de uma Nação com as mãos para o alto.
Parece até aquele anúncio de cerveja que um baixinho safado diz para uma garota bonita, "gata, gata você não é, mas pra mim tá otimo, viu..."

domingo, 16 de agosto de 2009

O dominó tremeu

A pesquisa de opinião divulgada hoje pela Folha de S. Paulo seria apenas a novíssima referência para medir as conseqüências da crise do Senado Federal, mas os números são tão barulhentos que devem mexer diretamente com os arranjos políticos das candidaturas preferenciais ao Palácio do Planalto.
O grande beneficiado parece ser Ciro Gomes, consolidado na briga pelo segundo lugar. Outro dado interessante, mas já esperado, a popularidade do Presidente continua à prova de balas. E o cometa da meia noite, a luz do alvorecer, o raio de esperança, a santinha do pau oco já mostra ao distinto público que acaba de entrar em cena.
Ainda é cedo para avaliar os efeitos do nascimento de uma candidatura inesperada, Marina, e o renascimento de outra, Ciro, mas devem ser desestabilizadores para as até então confortáveis projeções dos favoritos Serra e Dilma.
O que pode se notar é que aumentou bastante o grau de dificuldade de Lula em administrar a cena política nacional de acordo com seu projeto político. O Presidente tinha uma batata quente nas mãos, o PMDB. Agora tem mais duas, Ciro e Marina. E três batatas quentes, como se sabe, é caso para malabarista.

sábado, 15 de agosto de 2009

Quem é que vai pagar por isso?

Algumas questões matinais intrigantes e instigantes para um sábado deste mês do cachorro louco.
-O presidente do Senado Federal é o maior mentiroso da história política do País.
-O grupo do senador Renan Calheiros acaba de ganhar do Governo Lula mais uma rádio.
-A candidatura de Marina Silva prova que o rei está nu.
-Dilma e Lula aprovam indenizações para fazendeiros milionários na Amazônia.
-Pela primeira vez, os sem-terra gritaram nas ruas que Lula é um traidor.
-A Reforma Agrária deu para trás no atual Governo, segundo o próprio MST.
-Tem um bem-te-vi numa mangueira aqui de casa imitando um sabiá.
-Tem um casal de jandaia morando num ninho de pica-pau.
-Tem um sorriso de criança voando no céu azul sem ter onde pousar.
-E tem uma esperança de socialismo morando debaixo do cu do cachorro.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

E entram pela reta...

Alguns dias fora do ar por falha técnica nos meus transmissores intermitentes, volto com sugestão de slogan de marketing de guerrilha para campanha verde que pode balançar a geléia geral nacional:

-Lá vem o Juvenal!

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Questão de caráter

Volto ao jardim, na certeza que devo atacar.
A situação do país é alarmante, ou pelo menos muito, muito preocupante.
Não há mais governantes. Esta parece ser a principal característica do atual modelo político democrático nacional. Todos os governantes são candidatos. Todos são personagens político-partidários eleitorais. Não há autoridade pública.
Aqui na Bahia estamos em agosto, não sei que mês vocês estão por aí, e ainda não há aulas na rede estadual de Educação. Em uma espécie de mórbida compensação, morrem adolescentes pretos pobres em confronto com a Polícia aos magotes, como se fossem dados estatísticos da segurança pública e não gente.
Em São Paulo, mais exatamente em São Carlos, cidade universitária de alta qualidade de vida, dois seguranças de supermercado espancaram um pedreiro até a morte porque este havia roubado uma coxinha e um frasco de shampoo. O governador paulista está empenhado em apagar os cigarros da população e não percebe o tamanho das chamas em volta.
Em Brasília, o Congresso Nacional é um circo de horrores e palhaçadas.
Mídia, historiadores e palpiteiros dizem que o brasileiro é cordato, honesto, trabalhador, solidário. O brasileiro, suponho, é, antes de tudo, esquivo. Reage como se estivesse sempre a despistar o predador. E também é burro. Na hora do voto, no mais das vezes, acaba elegendo o predador como se fosse o protetor.

Verde e vermelha

Grande Marina Silva.
A candidatura da santinha do pau oco já está alvoroçando corações e mentes políticas oportunistas pelo país afora.
Há chance eleitoral, sim senhor. Por que não haveria? Ela é limpa, alva e transparente. Conhece muito bem a geografia política eleitoral do País, tem ampla percepção de vários setores da vida pública nacional, defende uma bandeira específica com profundo e reconhecido conhecimento de causa e vem aí com todo dinheiro do mundo verde. E, para desespero do favorito e da favorita, não tem rejeição e nem se respalda em coligações espúrias, ou seja, tem pista livre para decolar.
Aguarda-se para as próximas horas o contra-ataque dos profissionais.
Isto está ficando cada vez mais divertido.

Rufam os tambores

Aos poucos, como se estivesse com preguiça ou envergonhada, a mídia começa a anunciar ao distinto público a troca do grupo de palhaços de ponta para os próximos espetáculos do Gran Circo Del Congresso Nacional. Saem os tradicionais protagonistas de várias faces do PMDB e da base de apoio governista e debutam na fogueira nacional os bons mocinhos do PSDB.
Os senadores Arthur Virgílio e Sérgio Guerra entram na mira dos holofotes da ribalta em lugar dos veteranos palhaços Renan Calheiros e José Sarney.
Muda quase nada, mas pode ser que fique mais divertido. Depende do grau de tolerância de cada um à farsa da vida política nacional.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

O bom da vida

Passei o dia de ontem em intensa expectativa de uma nova ordem profissional na minha vidinha de jornalista-escritor desconectado prestes a voltar ao berço esplêndido que até esqueci do post obrigatório de segunda-feira.
Mas justifico.
Além da atenção presilhada na realidade da vida, me distrai com parábolas e rasantes de um gavião solitário no céu da minha janela e com a releitura de alguns parágrafos daquele que talvez seja o maior romance da língua portuguesa, Levantado do Chão.
Como gesto de boa vontade para pagar a conta do post que não houve, copio um breve parágrafo muito além da parca imaginação dos homens comuns, como nós.
Entonces... Saramago:

-Duas horas depois, mais tempo fosse e todo haveria de parecer curto, Manuel Espada saiu de casa, vai ter de esforçar o passo para chegar ao trabalho antes do sol fora. Os dois vagalumes que tinham estado à espera, puseram-se outra vez a voar, rentinho ao chão, com tal claridade que as sentinelas dos formigueiros gritaram para dentro que o sol estava nascendo.

Sorria, você acabou de ler uma das mais lindas metáforas jamais descritas na literatura.

Vem m(*) por aí...

O PMDB e os governistas fisiológicos ligaram os ventiladores no Senado Federal.
Alguns senadores contra e a favor do generoso vento planaltino bateram boca no melhor estilo teatral na sessão de ontem à tarde. Simon, Renan, Collor, Cristóvão e Jarbas só não saíram aos tapas porque nenhum deles tem mais idade para isso. O que mais chamou atenção aos espectadores da cena política nacional ao vivo e em cores foram o olhar encolerizado de Collor e a estrondosa ausência do PSDB.
O mundo dá voltas e voltas e passa de novo no mesmo lugar. E não é como farsa.

domingo, 2 de agosto de 2009

É o amoooor...

Laerte, quem mais poderia ser?, na Ilustrada de hoje.

Oferta da casa

A prática política influencia decisivamente o comportamento de qualquer cidadão, por mais sério ou safado que seja. O governador de São Paulo, José Serra, sem espaço nem jeito, tenta de todas as maneiras viajar pelo País anunciando que é candidato a presidente da República.
Ontem, segundo a Folha, o governador esteve no interior de Pernambuco e discursou para um público perplexo. Serra disse que sempre foi amigo dos nordestinos, e deu como exemplo o fato de no Jardim da Infância ter tido como colegas alguns filhos de retirantes nordestinos. E para coroar esta sensacional afirmação de proximidade afetiva com o povo do Nordeste, o candidato a presidência do Brasil disse que sempre trabalhou muito pela região e deu como exemplo a homenagem que prestou a Luiz Gonzaga no Vale do Anhangabaú.
Os nordestinos devem ter ficado muito impressionados. Tanto que serviram bode assado no almoço. Uma especiaria regional que Serra comeu aos soluços e ainda agradeceu dizendo que estava uma delícia.
A delícia mesmo ele vai ver quando contar os votos que o Nordeste está reservando ao PSDB.

Plim Plim

O meu amigo Fernando Marroni, deputado federal pelo PT/RS, apareceu ontem no Jornal Nacional como papagaio de pirata do ministro Celso Minc em matéria sobre lixo tóxico. Marroni estava com cara pra lá de séria e com jeito de quem tinha algo a dizer, uma pena que o repórter global não percebeu. Fiquei com a sensação de que eram dois caras certos, no lugar certo, na hora certa, mas no lado errado. Pelo menos quanto a Globo.

Antonio de Niro

Sempre considerei Antonio Fagundes um excelente ator, apesar das atuações adocicadas em novelas e mini-séries da televisão. A partir de hoje, depois de ler uma matéria da Ilustrada, passarei a chamá-lo de Bob Fagundes, numa referência a Robert de Niro, o maior ator da história do cinema, conforme todo mundo sabe.
Bob Fagundes está estreando uma peça em São Paulo, cidade que abriga talvez a maior campanha anti-tabagista do mundo, e resolveu enfrentar a censura dita politicamente correta acendendo um cigarro em cena.
Estou pensando seriamente em parar de fumar, meu desempenho em campo, como meia armador, tem sido sofrível, mas apóio a posição de confronto de Fagundes. Censura é para ser combatida e não respeitada.
Como alguém escreveu num muro de Paris, em maio de 68, e não o Caetano Veloso em uma musiquinha politicamente oportunista como pensam alguns desavisados, é proibido proibir.

sábado, 1 de agosto de 2009

O bando


Nunca neste País a democracia, a liberdade de expressão e os direitos do cidadão foram tão achincalhados como no episódio político do derruba-não-derruba o senador José Sarney da Presidência do Senado Federal.
O jornal O Estado de S. Paulo está sob censura da Justiça Federal e proibido de divulgar matérias jornalísticas sobre a Operação Faktor, ou Boi Barrica, que investiga uma tonelada de denúncias de desvio de verbas e enriquecimento ilícito da família Sarney.
Pode parecer inacreditável um jornal diário independente ser proibido de divulgar informações de absoluto interesse público, mas é o que está acontecendo. O autor da espetacular façanha judicial lesa-pátria é o desembargador Dácio Vieira, do Tribunal de Justiça de Brasília.
Na foto acima, podemos ver um flagrante do grupo de autoridades que lidera o fabuloso conglomerado conhecido como Família Sarney.
Da esquerda para a direita da foto, fora as formosas e desconhecidas madames, o próprio Dácio, Sarney, Agaciel Maia e Renan Calheiros.
O senador José Sarney, o Incomum, corre o risco de ver o movimento Fora Sarney virar para o velho e bom Cana Nele!
E o presidente Lula, o Pilatos, devia vir a público nos explicar a diferença entre impunidade política e liberdade de imprensa.