terça-feira, 4 de agosto de 2009

O bom da vida

Passei o dia de ontem em intensa expectativa de uma nova ordem profissional na minha vidinha de jornalista-escritor desconectado prestes a voltar ao berço esplêndido que até esqueci do post obrigatório de segunda-feira.
Mas justifico.
Além da atenção presilhada na realidade da vida, me distrai com parábolas e rasantes de um gavião solitário no céu da minha janela e com a releitura de alguns parágrafos daquele que talvez seja o maior romance da língua portuguesa, Levantado do Chão.
Como gesto de boa vontade para pagar a conta do post que não houve, copio um breve parágrafo muito além da parca imaginação dos homens comuns, como nós.
Entonces... Saramago:

-Duas horas depois, mais tempo fosse e todo haveria de parecer curto, Manuel Espada saiu de casa, vai ter de esforçar o passo para chegar ao trabalho antes do sol fora. Os dois vagalumes que tinham estado à espera, puseram-se outra vez a voar, rentinho ao chão, com tal claridade que as sentinelas dos formigueiros gritaram para dentro que o sol estava nascendo.

Sorria, você acabou de ler uma das mais lindas metáforas jamais descritas na literatura.

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