sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Jogo aberto

A sucessão presidencial entrou fevereiro rebolando como passista de escola de samba.
Há quatro candidatos no páreo, com peso eleitoral mais ou menos definido, mas o ritmo dos tamborins é tão contagiante que hoje, oito meses antes, é impossível saber qual a bundinha que vai sentar na cadeira mais desejada da Nação.
Ciro personalizou rápido, como pistoleiro experiente, a imagem do combativo, do ferrabrás, daquele que não tem papas na língua. Seus perdigotos já resvalam até em Lula, a quem o cearense paulista chamou de “santo” com clara conotação pejorativa. Isso, como se sabe, ganha voto, a questão é saber quem perde, se Serra ou Dilma.
Marina foi muito feliz em seu primeiro programa eleitoral, ontem. Câmera fechada em seu rosto quase o tempo todo, sem se jactar de realizações duvidosas nem se basear em promessas de futuro progressista, deixou uma imagem clara ao eleitorado, muito santinha do pau oco, para o gosto de muitos, mas original, genuína e verdadeira. Deve crescer com consistência, mas com o mesmo problema de Ciro, não tem uma bandeira clara e objetiva, com cores bem definidas. Ninguém sabe de quem ela tira voto. Eu acho que é do Lula, mas o “santo” não é candidato.
Dilma. Ninguém nunca mentiu tanto neste País. E nem precisava. O pessoal da “estratégia” errou a mão na primeira tentativa, voltou a errar na segunda, e hoje não há dois cidadãos que concordem em apontar um perfil definido para a ministra. Ela é a menina do Lula, isso todo mundo sabe, o que não se sabe se ela é a menina boazinha ou é a menina má.
José Serra. Ou Arres Esoj. Nunca o vampiro simpatia esteve com cara tão desesperada na tevê. Sua eleição “garantida”, como indicava dez entre nove observadores independentes da cena política nacional, está boiando na inundação interminável de São Paulo, e pode afundar como uma anta numa boca de lobo.
Melhor para nós, a comer pipocas na arquibancada do circo enquanto o novo lobo, ou loba, não entra em cena para valer.

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