quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Cara e pinta de palhaço



Artistas do Grupoo Tholl, em foto de Nauro Júnior para a Zero Hora.

Os palhaços trocaram a alegria pela tristeza.

O grupo Tholl, o cirque de soleil da Princesa do Sul, é hoje um dos mais importantes grupos de dança do País, com espetáculos que encantam gerações, como dizem os amantes da arte circense. Eu estive em Pelotas no ano passado e assisti uma apresentação do Tholl no Theatro Guarany. Pareceu-me um trabalho de alta qualidade profissional, criatividade e desempenho a serviço da cultura. Meus companheiros de trabalho à época são testemunhas. Lá estávamos eu, gaúcho baiano, Zé Luís, da Fábrika Filmes, Mauro Assis, da Funyl de Brasília, Serginho Raposo, da África para o mundo, André Geniski, da Europa para Pelotas, e Amilton Coelho e Bruce, dupla de publicitários do tipo não-gosto-de-coisa-nenhuma. Gente com muita quilometragem por todas as BRs do planeta e que ficou gratificada com o show oferecido pelos artistas do Tholl em uma pequena cidade num canto distante do país, longe demais das capitais e de nossas próprias expectativas culturais para uma noite de sábado nas franjas geladas do pampa gaúcho.
Pois li agora no site da Zero Hora que o Tholl terá de deixar Pelotas. Não há um lugar adequado para o grupo se exercitar. A Universidade Federal de Pelotas e a Prefeitura Municipal não se entendem quanto à utilização de prédios públicos abandonados pela cidade e este mal-entendido administrativo está enxotando os artistas do Tholl de sua terra. Isto, claro, é uma estupidez. Uma infâmia de quem não tem compromisso cultural nenhum com sua terra nem muito menos com o desenvolvimento sócio-econômico de sua própria cidade.
Espero que desta vez o povo de Pelotas saiba o quê está perdendo.
Ou que pelo menos saiba que está perdendo. De novo.

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