domingo, 31 de janeiro de 2010

Alerta vermelho

Atenção.
Vejam como foi armada a pesquisa da Vox Populi para beneficiar a candidatura Dilma Roussef.

http://coturnonoturno.blogspot.com/

De chapéu de palha

Domingo de sol na Bahia.
Seis e meia da manhã fui pegar uma manga no pé, uns 50 metros pra ir mais 50 pra voltar, pronto, voltei suando.
Deu vontade de ir à praia, mas infelizmente resolvi dar uma olhada no noticiário da Internet, pronto, voltei pra varanda puto dentro da bermuda.
Como é que pode? Uma terra tão linda, gente tão boa, e uma pá de safados a disputar administração pública na faca e no chute no saco.
Devia ser no voto, mas é no golpe.
O que o Instituto Vox Populi acaba de fazer para tentar alavancar a candidatura da favorita do Planalto é mais um crime de lesa-cidadania.
A maioria dos municípios usados na pesquisa são currais eleitorais do PT, e tem um, na Bahia, claro, que não tem nem representação dos partidos de oposição e o prefeito chama-se Chico da Dilma.
Mesmo assim, a escolhida do rei não faz nem cosquinha no índice do real favorito, o governador de São Paulo.
Procurando mais novidades aqui e ali encontrei algo sobre a provável estratégia de campanha da candidatura de Dilma. Ela irá explorar os alagamentos em São Paulo, uma exploração lamentável de uma anunciada tragédia natural, fartamente explicada pelas, digamos assim, autoridades meteorológicas, e tem grandes chances reais, segundo a experiência com marketing político ensina até aos mais distraídos, de transformar o inimigo em mártir.
As manobras da campanha de Dilma lembram as ações desesperadas dos antigos coronéis nordestinos para manter seu povo no cabresto quando começou o processo de abertura democrática ainda durante a ditadura.
Conforme esclareceu um dos maiores escritores do planeta, o peruano Mário Vargas Llosa, Lula, o Mito, o Deus, o Rei, o Iluminado, age como um aprendiz de ditador.
E aprendiz de ditador, sinceramente seu João e dona Maria, não tem direito de atrapalhar o domingo de sol de sonhadores como eu.
Vou à praia.

sábado, 30 de janeiro de 2010

Xô!

Sábado, arde o sol no céu da Bahia.
Os turistas invadiram a nossa praia.
Eu não quero coroas paulistas cobertas de cosméticos caóticos disparando olhares de peixe morto tarado.
Eu quero ir a Itapuan para sentir o cheiro do tempero da vida e para jogar uma flor no colo de uma morena.
Turista bom é turista em Pernambuco.
A Bahia devia dar-se ao respeito e fechar o aeroporto.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Diagnósticos...

O senhor já se perguntou por que um homem que não é hipertenso, está, por supuesto, com a bola toda, e acaba de chegar de férias, de repente sente-se mal a bordo de seu avião particular a ponto de cancelar todos os compromissos e se recolher à casa, para repouso absoluto?
Eu já me perguntei, sim, desde o primeiro momento em que vi o cara das relações institucionais mentindo descaradamente, com uma conversa que queria dizer que o presidente está tão bem que os médicos resolveram que ele descansasse um pouco. Ridículo.
Como diz o filho de um amigo meu, não ria meu tio que o caso é sério.
O presidente deve ter sofrido uma grande contrariedade, um desapontamento capaz de dar um pontapé no peito de um sujeito “saúde de ferro” como ele. Qualquer criança pode perceber isso.
Parece bastante lógico acreditar que a repentina crise de hipertensão tenha a ver com o desenho da realidade eleitoral que a base apoio do governo está esboçando em torno da mais valorosa moeda nacional, o voto.
Lula está sendo vítima de suas principais armas de angariar apoio político, o conchavo, a impunidade e a corrupção. Nunca na história desse País um presidente foi tão assediado por ladrões e oportunistas.

O buraco é mais embaixo

A legenda do Estadão para a foto de J.D. Salinger na capa de hoje é exata, morre o arredio.
O escritor de um único grande romance começou a se afastar da sociedade logo após ter escancarado às portas do último andar. Ele sabia escrever, isso é único, tanto para ele quanto para todos os outros. Salinger, que trocou de mulher a cada década, e nunca permitiu que nenhuma delas falasse sobre a sua vida dele, considerava Hemingway um escritor de segunda categoria, e Hemingway era um gênio, inigualável na arte de descrever o nada do cotidiano, o bucolismo do amanhecer no campo, a melancolia neurótica da solidão, essas coisas que às vezes acabam com um cano de espingarda enfiado na boca. Salinger desprezava a tal mídia de comunicação porque sabia que celebridades são como a purpurina capilar da realidade, só a arte é eterna, as pessoas morrem.
O que o senhor tem a ver com isso? Nada, isto é apenas para lembrar que não se deve acreditar em algo dito ou feito por alguém, artista ou não, que seja subsidiado por brasões governamentais ou instituições sociais. Celebridade boa é celebridade invisível.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Coração de leão

Pontos luminosos na radiografia do novo quadro político no País descobertos com a crise hipertensiva do presidente da República.
-Ciro mantém candidatura a presidente.
-Maluf é a oposição em São Paulo.
-Dilma pode perder PSB, PTB e PP.
Por assim dizer, 18 por 12 é pinto.

No ar

Estou alguns dias sem comentar neste blog clandestino porque, sinceramente, está ficando impossível acompanhar o desenvolvimento natural dos fatos no país, seja política, cultura, economia, cidadania, segurança, esporte, qualquer coisa.
Mas o mínimo que um profissional do palavreado pode fazer é assistir aos telejornais.
Ontem, por exemplo, no Jornal da Band, edição da noite, vi uma cena impressionante. Plano panorâmico de um bairro inteiramente alagado. No meio da água, no que deveria ser uma rua, uma repórter. Com água pela cintura, ela começou a caminhar em direção a um orelhão a alguns metros de distância enquanto descrevia a enchente. Não havia viva alma por perto, só a chuva, o imenso alagamento, a repórter e o orelhão. Afinal, ela chegou ao aparelho, pegou o telefone, colocou no ouvido, tirou, recolocou no gancho e disse “não tem linha por motivo de segurança”. Corte para o estúdio. O apreentador emendou outro assunto. Fellini não faria melhor.
Hoje, no Jornal da Manhã, da retransmissora da Globo na Bahia, o secretário da Justiça, bravo deputado federal pelo PT , respondeu com sonolência e displicência às perguntas da reportagem sobre a superlotação presidiária, onde as delegacias são espécie de panelas de pressão encostadas nos caldeirões ferventes dos presídios. De dentro de um belo terno tipo feito sob medida, entre frases balbuciadas no seu já reconhecido idioma da língua presa, a maioria incompreensível para o ouvido humano, o secretário anunciou que estava sendo realizada a terraplanagem da construção de um novo presídio. Ele e o repórter consideraram que desta maneira, com a terraplanagem da construção de um novo presídio. a questão da segurança pública no Estado estava sendo enfrentada e resolvida. Enquanto desligava a tevê, lembrei que o veterano militante petista é acusado a boca pequena de ter ficado rico 15 minutos depois de chegar ao poder. Devia ter se aposentado.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Digam-me quem és...



Dois panfletos da CNBB chamando Lula de Herodes estão circulando em São Paulo.


O último ano do sindicalista Luis Ignácio Lula da Silva à frente da Nação brasileira começa a esquentar de verdade.

Na contramão da lógica oposicionista de que não se pode atacar político que tem alta popularidade e batendo de frente com o endeusamento que os beneficiários do atual governo cultuam o presidente, a Igreja católica resolveu arregaçar as mangas e entrar de vez na briga.
A CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) acaba de divulgar dois panfletos, em São Paulo, chamando o presidente Lula de Herodes. Isso mesmo, Herodes, o rei que segundo a Bíblia ordenou a captura e morte de todas as crianças menores de dois anos de idade à época do dito nascimento de Jesus Cristo.
A CNBB tenta se defender do alcance do polêmico decreto do Programa Nacional de Direitos Humanos, principalmente a liberação do aborto, o casamento gay, a adoção de crianças por casais homoafetivos e a proibição de símbolos religiosos em estabelecimentos públicos.
Lula, pelo menos na minha opinião, como diz o filósofo contemporâneo Walter Casagrande, não é o cara. Está longe disso. Ele é o cara para os interesses do capital internacional. Mas a Igreja Católica, com sua histórica tradição de catequizar o povo como rebanho de Deus Nosso Senhor, está a dois mil anos de distância dos verdadeiros anseios do homem por liberdade e independência.
Entre o bispo com suas vestes luxuosas e sua bolsinha fumegante, fico com Herodes, quer dizer, Lula.
Acho que chamar o nosso populista demagogo de Herodes foi um pouco pesado demais.
Barrabás já estaria de bom tamanho.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Sem truque nem sacanagem

Dilma Roussef adotou o discurso boi, boi da cara preta em sua desembestada campanha para o Palácio do Planalto. O mesmo discurso que o PSDB usou contra Lula e não colou, ou pior, colou ao contrário.
Daqui de longe (dá pra ver tão legal) pode-se somar um mais um para perceber que este tipo de apelação é coisa de aloprado eleitoral, o Brasil não é mais o pasto doce de uma boiada em busca de boi-madrinha. A maioria ainda não tem ginásio completo, mas assiste televisão todos os dias e está minimamente informada. Não há mais tempo nem espaço para medo disso ou daquilo, principalmente de cara feia.
Dilma e Serra precisam debater o Brasil de amanhã, só o resultado deste debate levará um ou outro ao trono deste imenso canavial varonil.
Portanto, como dizem os humoristas na tevê, falem sério, favoritos.

Fala, mestre

Tem uma matéria no jornal O Globo de hoje simplesmente inacreditável.
A Índia está comprando o mesmo tipo de caça Rafale que o Brasil negocia com a França. O Brasil está prestes a pagar 10 bilhões de dólares por 36 caças. A Índia vai pagar 10 bilhões de dólares por 126 caças. Isso, se minha ignorância não se engana, dá uma diferença de 90 aviões a mais pelo mesmo preço. E 108 dos aviões comprados pela Índia serão produzidos lá mesmo, com tecnologia francesa e mão-de-obra indiana.
O presidente Lula deve explicar que contas são essas.
A Nação, ou a Escolinha do Professor Raimundo, é toda ouvidos.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Só pra você

Hebe Camargo recebeu alta do hospital, lê-se nos portais. Dias atrás as manchetinhas nervosas diziam que ela estava com câncer em algo parecido com a parede do abdome e seria operada em breve.
Isso só acontece com celebridades.
José Alencar entra e sai do hospital como se fosse à padaria. E sempre sob os holofotes da mídia.
Com Ana Maria Braga e Dilma Roussef também foi mais ou menos assim, um diagnóstico, cabeça raspada, uma semana sem dar entrevista, e voilá, vida que segue.
É o câncer de 15 minutos.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Na cara dura

Eu às vezes fico pensando se é justo uma organização política partidária dominar na marra ou na grana todo sistema de comunicação de um país livre, independente e democrático como o Brasil.
Gostaria de saber, por exemplo, quem teve a coragem civica de escrever esta manchetinha de capa da UOL agora de manhã:
PT aproveita brecha deixada por Aécio para cativar eleitor em torno de Dilma em Minas.
O que é isso, pelo amor de Deus?
O jogo está sendo jogado –e roubado.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Tremendo...



Laerte, na Ilustrada de hoje. Será que não tem outro assunto?

sábado, 16 de janeiro de 2010

Esse é o cara

“Eu às vezes fico pensando” se o presidente não acaba de lançar sua candidatura a Deus.
O nosso mestre do bom senso e da justiça social deixou claro ao eleitorado internacional que se fosse por ele, quer dizer, se ele fosse Deus, o terremoto teria acontecido em um país mais desenvolvido. Afinal, o mundo é redondo e a responsabilidade é de todos.

"Eu às vezes fico pensando"

O presidente Lula está pilhado, como se diz aqui na Bahia. O cara abriu a caixinha de besteiras e está aspergindo a Nação com sua sabedoria rasteira a gosto da massa e de aspirantes à classe média. Deve ser efeito da realidade eleitoral que a gente nem imagina.
Vejam o que disse O Convertido sobre o terremoto que destruiu o Haiti.
- Eu às vezes fico pensando se é justo que o terremoto tenha se dado exatamente no Haiti, um Estado que não está organizado.
Ou esse sujeito pára de beber ou vai acabar nos contando suas conversas reservadas com Deus.

Comandantes...

Sábado, sete das manhã na Bahia, já ligaram o forno...
Recebi por e-mail comentários inacreditáveis de antigos amigos (será que é muito difícil assinar um post público?) sobre a notinha Otimismo S.A. Estou impressionado com o embotamento burguês de velhos combatentes da liberdade de expressão.
Relembro, então, os versos desconhecidos da grande canción cubana, Guantanamera:
No me pongas en el escuro
A morrir como un traidor.
Yo soy bueno e como bueno
Morrire de cara al sol.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Otimismo S.A.

O Big Brother Brasil é um máximo divisor comum entre a gente e a Rede Globo.
O que leva a emissora de televisão do maior sistema de comunicação do País, líder absoluta em todos os sentidos possíveis da produção, a apresentar um evento espetacular com garotos e garotas de programa vivendo peripécias idiotas num ambiente de luxo e riqueza?
Dinheiro. Só pode ser dinheiro.
A Globo fatura mil vezes mais com beijinhos pecaminosos e seios voluptuosos do que com qualquer escolinha do Professor Raiumundo politicamente correta. O programa é dirigido a quem pensa que é esperto, tem dinheiro no bolso e vê a vida como uma diversão emocionante de simulador eletrônico, ou seja, quem consome celular, tênis, cerveja, cartão de crédito, carro, turismo, cosméticos, quem só pensa em si mesmo e vê os outros como rivais a serem derrotados. Pode-se chamá-los de lulóides, a grande maioria da população economicamente ativa neste glorioso momento nacional, segundo eles mesmos.
A Globo não está interessada em conteúdo, em exercer seu dever de informar e educar a população sobre os fatos cotidianos, e nem muito menos orientar quanto a comportamento social. O negócio é grana, glamour e festa.
Se Lula fosse metade do que os aloprados fingem que ele é, estes exploradores da boa índole do povo brasileiro, acostumado desde pequeninho a acreditar em sapo que vira princesa, já teriam perdido esta concessão dos ovos de ouro.
Big Brother. Desligue esta idéia.

Titanic tupiniquin

Soam as sirenes, rufam os taróis, identificado afinal o nome do responsável, ou irresponsável, que faz o Governo Federal pagar o maior mico com debate sobre o Programa de Direitos Humanos.
O programa, como se sabe, é pouco mais que nada, quase apenas uma carta de intenções para referência conceitual em debate político ou judicial, quer dizer, coisa nenhuma. Ou, olha aqui seu moço, o governo pensa assim, assim, assim e assado a respeito disso, disso e daquilo outro. O anúncio do Programa poderia ser feito por Ivete Sangalo ou Renato Aragão, nada vezes nada, alegria, bom humor e ternura, mas virou um trem desembestado Brasil afora e deixou o rei nuzinho da silva.
O autor da façanha, ou melhor, autora, é a ministra Dilma Roussef. Ela, por força do cargo que ocupa na Casa Civil e pelo fato de ser a candidata do rei ao Governo, seria, e foi, a condutora natural das conversações em torno da elaboração, edição e divulgação do Programa.
Isso talvez explique a cara de bunda do presidente Lula em suas últimas aparições públicas. Pelos números estatísticos que o Governo mesmo tem maquiado, O Convertido deveria estar rindo como pinto no lixo. O que se vê, entretanto, é um presidente com olhar apatetado e as bochechas vermelhas, como se estivesse a perguntar “será que vão demorar muito a perceber que o barco está afundando?”

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Sei não...

A Bahia, tal qual neguinha ousada, está brilhando nas páginas dos maiores jornais do mundo. Este canto do Brasil deslumbrante dessemelhante foi apontado pelo New York Times como um dos melhores lugares do mundo para se fazer turismo.
A matéria fala em lugares como Sri Lanka, Patagônia, Colômbia, Bahia, África do Sul.
Será que é sacanagem?

Direitos abusados

O velho e combativo Estadão circula hoje com a manchete Lula Intervém Para Conter Crise Dos Direitos Humanos.
Por que intervém? Foi o próprio Lula quem gerou a crise ao assinar e lançar o novo Programa de Direitos Humanos. Houve uma cerimônia pública, com lágrimas de governistas emocionados, para que se anunciassem os grandes avanços do País na área dos direitos humanos. Descobriu-se depois que o documento não passa de um mistura e manda sem muito pé e pouca cabeça, pouco mais que um rebutalho fantasioso de antigas bandeiras de consciência de movimentos de defesa de direitos. O presidente, rápido no gatilho da auto defesa, disse que nem tinha lido e agora reaparece na cena pública como se estivesse intervindo num problema que é dos outros.
Qual a moral da história?
O núcleo de inteligência do marketing político eleitoral do governo Lula está conquistando espaço em espaços nunca antes conquistados.
E o governador Arruda é apenas um aprendiz de cinismo, desfaçatez e descaramento.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

A Brasília amarela

Começa o novo ano. O céu da Bahia está lindo. Como sempre. O sol é doce e implacável. Como a vida.
Em um cenário de bem-te-vi destroçando filhote de calango a golpes de bico num galho de goiabeira e um pica-pau matraqueando uma manga de vez, estou tentando entender qual a relação entre a foto inimaginável de um velho conhecido conduzido ao camburão acusado de um crime hediondo e indefensável e algumas moedas que surgem no fundo do prato de ração dos gatos da casa sem qualquer explicação plausível e um sapo distraído que se instalou em cima do chuveiro do banheiro e os golpes do refluxo em meu esôfago como se tivessem a firme determinação de me levar à morte.
Nada a fazer. Vive-se sob a ditadura do bom senso e da felicidade. Aliás, vive-se no País das Maravilhas.
Minha contribuição em favor deste início de ano que se anuncia nos reclames oficiais como melhor ano de nossa vida é apoiar, em definitivo, sem mais quaisquer outras considerações, o programa de direitos humanos sancionado pelo presidente da República. E também sugerir a derrubada de todas as estátuas públicas de símbolos religiosos, a exemplo do Cristo Redentor, dos apóstolos de Aleijadinho, do Padim Ciço e outras de menor expressão pública, mas com o mesmo poder conspurcável para futuras gerações do País das Maravilhas.
Também poderia sugerir alguns nomes de personalidades para substituir os atuais monstrengos de seitas católicas, mas creio que este deva ser o principal objeto da ampla discussão entre a sociedade civil organizada sob os auspícios do Governo Federal e sua estranha democracia de “caráter discriminatório”. Além do fato claro e glorioso de que só haverá um nome primeiro e único para moldar todas as estátuas do País.
Então, a seguir, por uma questão de equilíbrio psíquico, é melhor pensar em outra coisa.
Como céu e sol.

domingo, 10 de janeiro de 2010

Contra e a favor

O novo programa de direitos humanos é o tema do dia na construção da maior e melhor ditadura democrática que este País jamais viu. O programa é a cara do governo. Parece revolucionário, mas não é. Trata-se de uma fantasia para distrair a plebe e ao mesmo tempo assustar as elites, apenas o jeito lulista de barganhar favores.
Alguns dos principais pontos do programa que provocam discussão são o controle da Imprensa, as invasões de propriedades privadas, o culto à religião e a Lei de Anistia.
Todos os casos nos dizem respeito e todo cidadão tem que ter opinião formada sobre eles.
Entonces, voilá.
Primeiro, a Imprensa. O que estão querendo fazer é crime contra a liberdade. A única coisa capaz de controlar a Imprensa são os fatos. O resto é ditadura.
Segundo, a religião. É claro que ninguém vai derrubar o Cristo Redentor, como alerta um bispo católico indignado, mas o Estado precisa de garantias para que não seja construído um outro monstro semelhante de adoração espiritual num logradouro público qualquer. Os católicos têm todo direito de reclamar ao Papa. E o Governo tem o dever de proteger a Nação de idolatrias.
Terceiro, as propriedades rurais. O Governo não tem força para implantar a reforma agrária necessária e se lança em um jogo duplo de incentivar os produtores rurais ao mesmo tempo em que esboça instrumentos legais para proteger as iniciativas de ocupação dos movimentos organizados tipo MST. A intenção é puramente eleitoral, mas joga pequenos produtores, agronegócio, empresários e políticos em uma geléia de insegurança absolutamente intragável.
Quarto, a Lei de Anistia. Lugar de torturador é na cadeia. O Estado tem que identificar e punir quem cometeu crimes de lesa humanidade. E assim como deve punir os torturadores, não pode pagar indenização a quem foi torturado. Não se resolve questão ideológica com dinheiro.
O governo parece estar brincando com a mídia, ou pior, a opinião pública. Suas alegações são argumentos primários para a discussão política. O secretário nacional de Direitos Humanos diz que houve ampla discussão com a sociedade civil organizada. Como assim? Só se foi com a sociedade civil organizada do time dele. A esquerda mais intelectualizada, como o senhor Paulo Vannucchi, usa o mesmo velho método soviético de se escudar em nome do povo, aqui titulado como sociedade civil organizada. A consciência social e o conhecimento político já sepultaram este tipo de retórica, não se fala em nome do povo. Pega mal. No mais das vezes é pura demagogia. Nem de ideais se fala. Fala-se, isto sim, em nome de idéias. Com acento ou não, e melhor ainda se forem idéias voadoras. Como estas.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Quem matou Paulo Francis?

Na capa do Estadão online de hoje.
Um pouco de reconhecimento à arte de um dos mais importantes jornalistas e defensores da liberdade de Imprensa no Brasil.
Para quem não sabe, a Petrobrás ganhou na Justiça uma indenização milionária que arruinou a vida de Francis e precipitou sua morte.
Pelo trailer e pelo que sabe do cara, dá vontade de ver o documentário.

http://tv.estadao.com.br/videos,TRAILER-DE-CARO-FRANCIS,83421,0,0.htm

Resistência Já!!!

Uma das conseqüências invisíveis da luta de um suposto Bem popular contra o suspeito Mal elitista, proposta e posta em prática pelo atual Governo Federal em sua busca desesperada pela continuidade do controle e desvio de empregos e verbas públicas em favorecimento de seus aliados e apaniguados profissionais e políticos de oportunidades, é a conversa de boca fechada.
Amigos e familiares já começam a se reunir para ficar em silêncio. O governo Lula, com contra-cheques generosos para a classe média adesista e esmolas em conta-gotas para os desvalidos, está dividindo os brasileiros e devastando a idéia de um socialismo solidário num país erguido a golpes de caneta corrupta e cacetetes autoritários.
Do silêncio, espera-se, nascerá o primeiro movimento organizado pela libertação desta "maior e melhor ditadura democrática jamais vista neste País".

Marionetes



Laerte, na Ilustrada de hoje. Talvez em homenagem aos novos baianos da Pátria amada.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Cabo de guerra

Está prestes a arrebentar a corda esticada entre o Governo Federal e os comandantes das Forças Armadas.
O presidente ainda está devendo uma resposta conclusiva sobre a revisão ou não da Lei de Anistia e recebeu hoje algumas toneladas de pressão para que se decida logo, sem cheiro mole, como dizem os baianos.
A Força Aérea Brasileira acaba de rejeitar a decisão anunciada pelo presidente de comprar jatos franceses para reforçar a segurança nacional. A FAB prefere os jatos suecos. Mais ou menos como se o meia-armador do time dissesse pro técnico “tudo bem, mas NÃO vou voltar pra marcar e quem bate as faltas sou eu”.
Lula, como se sabe, usou pragmaticamente a negociação de compra dos jatos pelo Brasil para melhorar seu cacife diplomático internacional, sem consultar os militares, e desfrutando de uma autonomia inimaginável de único senhor e proprietário do Brasil, como se não soubesse que está no governo transitoriamente e não tem autorização legal para usar o patrimônio nacional de acordo com seus interesses políticos partidários pessoais.
A corda, depois de arrebentada, deveria ser usada para enforcar de vez a militância tacanha e oportunista de gente desqualificada pendurada nas tetas da nação como porcos esfomeados a bradar bravatas em nome do povo.
Espera-se que Lula consiga acomodar a melhor solução para o País, como trocar a escolha dos jatos a serem comprados pela revisão imediata da Anistia.
Lula é bom em conversa fiada e distribuição de dinheiro público em troca de apoio político. Os militares são bons em viver na mamata e em defender a qualquer custo a soberania nacional. Quer dizer, os dois lados tem tudo para se entender.

Na cabeça e no braço






Tiras de hoje, na Ilustrada, Laerte e Angeli, dois grandes mestres dos quadrinhos nacionais. Os dois parecem brncar com o debate ideológico, a produção cultural e a igualdade social no País das Maravilhas.

Já foi tarde

O senso de ridículo nacional está de luto. Morreu Erasmo Dias, um dos mais extraordinários frasistas da cena política brasileira em todos os tempos. Em 74, se não me engano, o então coronel do serviço de inteligência do Exército invadiu o Teatro de Arena, em São Paulo, onde estava sendo encenada a peça Roda Viva, e decretou, alto e bom som, para o mundo inteiro ouvir:
-Está todo mundo preso!
Um gênio da democracia militarizada. Deveria ser homenageado pelo atual Governo Federal.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

O sorriso do rato



Tira de Angeli, na Ilustrada de hoje, a propósito da revisão da Lei de Anistia, na República dos Bananas.

domingo, 3 de janeiro de 2010

Só pra você

Outra frasezinha dominical, esta com auxílio luxuoso de Nélson Rodrigues:
- O governo Lula é a prova de que dinheiro público compra até amor verdadeiro.

Revisão já!!!

Frases dominicais, no País das Maravilhas.
Elio Gaspari, sobre a pressão dos militares no presidente Lula contra a revisão da Lei de Anistia.
- Demissão não se pede, se dá. O que se pede é picolé.
Minha, pedindo a deus que me perdoe por estar, neste caso, do mesmo lado que O Convertido:
- Lugar de torturador é no pau de arara. Pendurado.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Viva o Grêmio!

Do textinho de Fernando Barros de Melo, lulista de primeira hora da Folha de S. Paulo, hoje, primeiro dia do novo ano eleitoral nacional:
"Lula é mais admirado no Nordeste, com nota média de 8,74, contra 7,14 no Sul e 7,57 no Sudeste. O petista recebeu nota 10 de 62% dos pernambucanos, 53% dos cearenses e 48% dos baianos. Em São Paulo, recebeu 10 em 31% dos casos. No Rio Grande do Sul, onde teve pior desempenho, obteve 15% das notas máximas".
Comentariozinho meu, antilula desde a primeira hora em que o fascista sindicalista disfarçado de socialista botou a cara na mídia:
Os gaúchos não perdoam o papel de Cabo Anselmo que Lula desempenhou a favor do sistema na primeira eleição direta no País depois da ditadura militar. O gaudério Brizola, na verdade verdadeira dos fatos políticos democráticos, foi a primeira grande vítima nacional do projeto político pessoal do espertinho de Garanhuns.
Por isso, só por isso, Lula jamais ganhou nem jamais ganhará qualquer eleição no Rio Grande. E é por isso, também por isso, que a Província de São Pedro do Rio Grande do Sul continua a ser um país livre e independente, pelo menos na imaginação do povo gaúcho.