domingo, 10 de janeiro de 2010

Contra e a favor

O novo programa de direitos humanos é o tema do dia na construção da maior e melhor ditadura democrática que este País jamais viu. O programa é a cara do governo. Parece revolucionário, mas não é. Trata-se de uma fantasia para distrair a plebe e ao mesmo tempo assustar as elites, apenas o jeito lulista de barganhar favores.
Alguns dos principais pontos do programa que provocam discussão são o controle da Imprensa, as invasões de propriedades privadas, o culto à religião e a Lei de Anistia.
Todos os casos nos dizem respeito e todo cidadão tem que ter opinião formada sobre eles.
Entonces, voilá.
Primeiro, a Imprensa. O que estão querendo fazer é crime contra a liberdade. A única coisa capaz de controlar a Imprensa são os fatos. O resto é ditadura.
Segundo, a religião. É claro que ninguém vai derrubar o Cristo Redentor, como alerta um bispo católico indignado, mas o Estado precisa de garantias para que não seja construído um outro monstro semelhante de adoração espiritual num logradouro público qualquer. Os católicos têm todo direito de reclamar ao Papa. E o Governo tem o dever de proteger a Nação de idolatrias.
Terceiro, as propriedades rurais. O Governo não tem força para implantar a reforma agrária necessária e se lança em um jogo duplo de incentivar os produtores rurais ao mesmo tempo em que esboça instrumentos legais para proteger as iniciativas de ocupação dos movimentos organizados tipo MST. A intenção é puramente eleitoral, mas joga pequenos produtores, agronegócio, empresários e políticos em uma geléia de insegurança absolutamente intragável.
Quarto, a Lei de Anistia. Lugar de torturador é na cadeia. O Estado tem que identificar e punir quem cometeu crimes de lesa humanidade. E assim como deve punir os torturadores, não pode pagar indenização a quem foi torturado. Não se resolve questão ideológica com dinheiro.
O governo parece estar brincando com a mídia, ou pior, a opinião pública. Suas alegações são argumentos primários para a discussão política. O secretário nacional de Direitos Humanos diz que houve ampla discussão com a sociedade civil organizada. Como assim? Só se foi com a sociedade civil organizada do time dele. A esquerda mais intelectualizada, como o senhor Paulo Vannucchi, usa o mesmo velho método soviético de se escudar em nome do povo, aqui titulado como sociedade civil organizada. A consciência social e o conhecimento político já sepultaram este tipo de retórica, não se fala em nome do povo. Pega mal. No mais das vezes é pura demagogia. Nem de ideais se fala. Fala-se, isto sim, em nome de idéias. Com acento ou não, e melhor ainda se forem idéias voadoras. Como estas.

Nenhum comentário: