sexta-feira, 24 de julho de 2009

Até a pé nós iremos


Tirei o pé deste blog esta semana que passou porque estou me preparando para uma temporada profissional no país que nunca existiu, o Rio Grande. Vou de encontro ao frio e de novas conquistas, do carinho de filhos adultos e de um neto que cresce mais que esperança de chuva em dia nublado. Só espero que a memória me poupe de reencontrar fantasmas de um passado bucanero pelas alamedas floridas da Redenção ou no rio de gente na Rua da Praia ou mesmo nos degraus da arquibancada do Estádio Olímpico Monumental da Azenha. O passado, como a palavra está dizendo, passou. O futuro, como a palavra não diz, é o que virá, o destino, a sorte, o fado, e é só o que interessa.
O Rio Grande deve vir gelado, claro, mas eu vou fervendo.
Deixo o estádio monumental da Colina, aqui mesmo no quintal de casa, onde há cerca de 20 anos um bando de loucos se reúne aos sábados para jogar futebol e se esculhambar uns aos outros por trivialidades como política, esporte e cultura. Na foto ao lado ou acima, nunca se sabe como será a diagramação da coluna, um flagrante de Pascoal Gomes, com um bravo Ipod, do esplendor verde da Colina, ao fundo dois veteranos possessos disputam o balão de couro. São todos jornalistas de ofício e vocação, com diploma e sem jornal. A outra foto é do mesmo Ipod, numa tentativa expressionista, e mostra parte do visual da varanda superior da Colina, de novo o verde dominante e uma mão delgada, da dona da casa, com um cigarrinho aceso, tudo a ver no conjunto de incorreções políticas de um ninho de doidos.
O grande poeta e filósofo contemporâneo Caetano Veloso já disse em uma canção quase desconhecida do grande público, e da qual sou súdito entusiasta, que a verdadeira Bahia é o Rio Grande do Sul.
Então, que não haja ilhas para naufragar.

Um comentário:

carmen abreu disse...

Muito frio te espera mesmo, que bom que vens ao gelado, mas sempre querido Rio Grande. Vamos marcar de tomar um café.
abraço
Carmen Abreu