quinta-feira, 4 de março de 2010

Censura e auto-censura

O ataque lento e gradual do Governo Federal à liberdade de expressão começa a expor situações inusitadas, surpreendentes e até meio ridículas. Mas não poderia ser diferente quando se trata de tentar “corrigir” manifestações artísticas ou críticas jornalísticas. A Rede Globo, como também não poderia deixar de ser, está envolvida até a raiz dos cabelos.
Só hoje, dois casos ganharam destaque nos portais e telejornais.
Primeiro, o humorista Marcelo Madureira, do Casseta e Planeta, denunciou que os redatores do programa têm sido pressionados por vozes governistas a não satirizar atos da Presidência da República, com frases do tipo “o presidente não está gostando, Dona Marisa não está gostando”. Quer dizer, não chega a ser uma agressão, parece mais com empurrões de gente truculenta, no pior estilo da política sindical, mas não deixa de ser claro cerceamento à criação.
Segundo, o Ministério Público do Rio de Janeiro denunciou o ex-governador e a ex-governadora Garotinho e mais 86 pessoas por desvio de verbas públicas. A atriz Débora Secco, do primeiro time global, está entre os denunciados, mas não foi sequer citada na “reportagem” que o Jornal Nacional levou a pouco ao ar. A Horta do Noblat, o blog mais lido do País, já publicou dois textos e também teve o “cuidado” de suprimir o nome da artista, colega do plantador de notícias na folha de pagamento da empresa.
Neste segundo caso, o Governo não tem nada a ver. É pura auto-censura da Globo.

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