sexta-feira, 12 de março de 2010

Um boi e a boiada

O ator Rogério Cardoso que me perdoe lá do céu por citar seu inocente bordão, mas nunca neste país um cidadão rolou tanto o lero quanto o atual presidente da República.
O cara é um humorista nato, domina como ninguém a arte de digressão do pensamento usando exclusivamente ditados populares e filosofias de almanaque. Ele emenda um ditado no outro como se estivesse alinhavando bom senso em princípios éticos e morais aos risos e grunhidos.
Ele diz, por exemplo, que continuará visitando obras porque “o olho do dono é que engorda a boiada”. Essa frase é típica de coronéis fazendeiros e de comerciantes gananciosos, gente que vive para o enriquecimento a qualquer preço. Soa até meio estranho na boca de um homem que diz governar para os mais necessitados.
O pior desta expressão infeliz, entretanto, é o fato de o presidente se colocar na posição de dono da boiada. Ele se referia a uma obra federal de infra-estrutura, quer dizer, obrigação administrativa do Governo Federal, e não alguma propriedade particular dele. Ele não é o dono do Brasil, como seu desvario político imagina. E devia ter um mínimo de decência para não insinuar um despautério dessa magnitude, afinal é um presidente eleito, devia respeitar seus eleitores e principalmente a Nação que suporta este governo de tantas controvérsias morais e éticas. Mas seu coraçãozinho de galinha sindicalista parece que comanda a língua desaforada e mentirosa sem se importar com quem quer que seja.
Por causa disso, e em homenagem à falecida Escolinha do Professor Raimundo, estou bolando um quadro para programa eleitoral gratuito, misturando tendências gaúchas e baianas, com enredo Deu Pra Ti, Excelência, Vá Mamar Noutro Lugar...

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