quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Fogo na trincheira

Muito interessante o recente debate aberto na mídia nacional, ou pelo menos em alguns veículos tipo suplementos, semanários, blogs e revistas, sobre a legitimidade ideológica de antigos combatentes da Esquerda que chegaram ao poder pelas vias democráticas e de antigos combatentes da mesma Esquerda que estão em casa remoendo ódios pela revolução perdida. Uns acusam os outros de prestar serviço à Direita golpista. A Esquerda que se alimenta dos generosos contra-cheques do Estado ainda se apega, tal qual bezerro desmamado, aos românticos conceitos e definições de “independente e revolucionária” na hora de botar o bebê boi para dormir em um país com a economia formatada de acordo com os interesses do capital estrangeiro, em nome da globalização irreversível. A Esquerda caseira, afastada dos círculos do poder governista, acusa os velhos companheiros de atuar como liberais progressistas pragmáticos sem perceber a contradição de representar ela mesma os mesmíssimos princípios políticos que combate e pela evidência de jamais ter pregado um prego num sabão em defesa real dos tais interesses populares.
O debate, como se vê, é complexo e a avaliação final depende da textura do coraçãozinho comunista juvenil que cada um de nós ainda carrega no peito.
Os sonhos, como as flores de plástico, não morrem jamais. A luta continua apesar dos decretos de justiça social remunerada.

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