quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Passeio no bosque

Previsões atrasadas e pouco criativas para este novo ano.
Haverá, sim, novo ano. Terá 365 dias. Muitos com sol, alguns com chuva. Todos terão o que se chama de dia e de noite, divididos em horas. Vinte e quatro ao todo, quer dizer, ao todo por cada um. O dia será sempre integral, não restará jamais uma horinha, por exemplo, para ser descontada ou somada ao seguinte. Nunca. E a temperatura? Bem, temperatura pouco interessa, é sempre suportável. Sobrevive-se a ela. Como se sobrevive a meia e sapato. Há quem irá preferir sandálias ou até mesmo chinelo, mas de um jeito ou de outro será assim mesmo que se andará por esta terra de felicidades desolada por tragédias e desilusões. Normal. Será o mesmo que passear no meio da tempestade. Já estamos todos bem acostumados.
A inesgotável capacidade da sociedade em se espantar com os desatinos do homem será posta à prova em inúmeras, incontáveis, peripécias políticas, financeiras, culturais, esportivas e também nos mais simples e triviais comportamentos cotidianos. De nada adiantará tapar, de súbito, a boca aberta. A surpresa perdeu a moral quando os homens perderam o sentido da ética.
Ou seja, querido perscrutador da realidade, o próximo ano será igual a esse que acabou de acabar. A sua chance de ser feliz, por isso mesmo, será igual a zero. Ou a mil. Depende apenas da sua cabeça. Do que você acredita e do que você faz por isso. Um bom início será deixar de ler bobagens. E, principalmente, de escrever bobagens. Também será fundamental não votar em gente incompetente e ladra como muitos de nós fizeram da vez passada. Assim, então, talvez tenhamos alguma chance de levar a cesta de frutas a salvo até a casa da vovó.

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