segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Os prefeitos e deus

Com a atividade política em banho-maria, os jornais procuram novidades nos Tribunais e instituições que de uma maneira ou de outra arbitram o eterno embate entre a safadeza e a utilidade pública, grande clássico nacional. Sabe-se hoje, por exemplo, que as denúncias de corrupção não afetaram a reeleição de prefeitos no ano passado. Nem nos casos de desvios de merenda escolar e de verbas para cursos de capacitação de professores. O eleitorado nacional parece se divertir em desmoralizar princípios e conceitos de marketing político. O prefeito de sua cidade é corrupto? Pois saiba que isto não quer dizer nada.
A CNBB, graças a deus, está tentando combater o que se pode chamar de liberalismo popular, ou este jeito inacreditável de o povo aceitar roubo de dinheiro público em troca de um benefício comunitário qualquer. Este ano, graças a deus, nunca é demais repetir, a CNBB lança uma campanha contra o rouba, mas faz. E também está de olho nos polêmicos casos de prisão especial, imunidade parlamentar para crimes comuns e foro privilegiado. Se a Igreja Católica conseguir cumprir seu objetivo de fiscalização e orientação, a gente talvez possa acordar na segunda-feira um pouco menos assustado com o retrato do Brasil sangrando na parede como um coração de Cristo.

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