sábado, 17 de janeiro de 2009

Gente com alma

Soube agora que Pelotas está mesmo profundamente comovida com a tragédia que se abateu sobre a cidade. Algo um pouco além do que se vê no noticiário da tevê. Acho que sei como os pelotenses estão se sentindo neste momento de dor dentro de casa e com as janelas abertas para a bisbilhotice alheia, ou a curiosidade nacional, ou os olhos do mundo. De longe, pela alegria do futebol, pela cidade que aprendi a respeitar para sempre, estou também emocionado e guardando silêncio em nome de todos. Não que isso de eu estar emocionado tenha uma pivica de importância, é só jeito de falar.
Só quero dizer que sei que Pelotas é uma cidade estranha, parece repousada num canto do país que nunca existiu. Ali o tempo não passa, é apenas uma mancha nas paredes coloniais, no lombo dos cavalos, na memória de gente que não envelhece, na agonia de amores que ainda buscam o lugar certo para fazer o ninho, na alegria com que as pessoas cuidam do cenário e do figurino colorido para o próximo baile da esperança. O Brasil de Pelotas é grande. E a vida continua
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