segunda-feira, 27 de abril de 2009

Erre de Rei

Nós nunca tivemos um rei, nós tivemos todos os reis.
O rei do futebol. O rei do dó maior com açúcar. O do baião. O da cocada preta. Os reis dos gramados, das pistas, dos ringues, das quadras, dos picadeiros, dos prostíbulos. Do cangaço, da maracutaia, do tráfico de armas e de drogas e de animais e de mulheres e de crianças. Nossos reis são reis de tudo e de nada.
Pois, hoje, nós do País do Futebol amanhecemos súditos outra vez, nos reconhecemos todos súditos. Um súdito só é súdito quando reconhece o rei. Um rei só é rei quando é rei de todos. Como foi Pelé, como é Ronaldo.
Nós sabemos que somos súditos quando vemos o rei correndo em nossa direção, com a alma erriçada, sorriso e braços abertos depois de ter feito algo que nenhum de nós é capaz de fazer, e quando a gente nem sabe direito o que dizer disso tudo.
Viva a Monarquia. E um terceiro mandato para Ronaldo.

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