sexta-feira, 3 de abril de 2009

Sem trovões

Está chovendo na Bahia. São as águas de março. Elas sempre chegam em abril, atrasadas, meio preguiçosas. Agora mesmo o céu de eterno azul está coberto com um manto de nuvens cinzas prateadas. Elas, as nuvens, mal se mexem, o corpo alvo, as bordas turvas, metálicas, vindas sabe-se lá de onde, de um cenário de soldadinhos de chumbo, talvez. Parecem cansadas da longa estrada do céu, sujas de poeira estelar. O que a natureza está tentando nos dizer? Acho que é alguma coisa com o tempo, com o passar do tempo. Algo como “presta atenção, malandro, é outro outono em tua vida”.
Pois é. Nuvens.

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