sexta-feira, 10 de abril de 2009

O Imperador Muito Louco

O jornalista Pascoal Gomes mandou estes dois postais. O primeiro, o Lado di Como, nos arredores de Milão. O segundo é a fachada da Vila Cruzeiro, zona norte do Rio de Janeiro. Os dois são endereços do centroavante Adriano, o Imperador. Ou eram.
O garotão de 27 anos, 2 metros de altura e 110 quilos de peso decidiu quebrar seu contrato com a Internazzionale e ficar no aconchego do lar carioca. Deixa de lado um salário de 400 mil euros mensais. Ou 1.200 reais por hora. Diz que não está feliz. A mesma coisa que dizem os Ronaldos quando convém. Nada a ver com droga nem com bebida, o que é a mesma merda, nunca é demais lembrar. E tem mulher na parada, claro. Uma loura que diz que ele é o homem da vida dela. E também tem um médico. Um dirigente do São Paulo que diz que ele Adriano precisa de tratamento psiquiátrico. Parece novela. Cenário de novela, enredo de novela, atores de novela, mas não é novela. É negócio. Só negócio, nada pessoal.
Centroavantes também amam, todo mundo sabe. O que às vezes nem todos percebem é que centroavantes são moeda rara. E no Milan, por exemplo, como já especula a Imprensa italiana, podem valer mais de dois mil reais por hora, sem contar novíssimos direitos de imagem.
O que se pode aprender desta meteórica aparição de Adriano no topo do noticiário do dia? O jornalismo esportivo consegue ser pior que o jornalismo político. Isso é o que salta aos olhos.
As empresas de comunicação exploram o esporte como atividade salutar para débeis mentais, como um nicho sob medida para vender publicidade de bancos, telefonia, cervejas, carros e eletrodomésticos para uma audiência emergente. Todos se comportam como idiotas, quase não há vida inteligente sob músculos. Só o que funciona de verdade é o negócio. O tome lá meus serviços e dê cá minha grana. Isso é o que importa.
O gol é só um detalhe, não esqueçam. E também não olvidem jamais que telejornalismo é pouco mais que um espetáculo circense patrocinado. Adriano, enfim, não é um herói ferido no picadeiro. É só um centroavante que quer mudar de clube para ganhar mais dinheiro.

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