quarta-feira, 22 de abril de 2009

Para parar de molhar

Dia de chuva, postado na varanda, sem luz nem telefone, igual vida sem imagem nem texto. Como no escurinho do cinema, bom para pensar loucuras.
Quem sabe um novo romance com personagens de outros romances. Poderia chamar-se Novela. Ema Bovary servindo o jantar para José Arcádio, Blimunda secando as chagas de São João hospitaleiro, Baleia ressonando aos pés de Pedro Páramo, tia Júlia de mãos dadas com Dulcinéia. Escrito em espanhol e no compasso da música do sanfoneiro cego de Amarcord. Enredo de loucura, filosofia e morte.
É. Vai ser difícil chegar ao fim da tarde sem sair caminhando na chuva. Ou melhor, dançando no barro.

Nenhum comentário: