segunda-feira, 30 de março de 2009

Barba branca

Vinha voando no meu carro, na curva de subida de um viaduto novinho em folha no caminho de casa, quando vi Deus num soslaio entre as nuvens no céu azul. Foi agora de manhã. Verdade. Não acredito Nele e nem sou Ayrton Sena, mas as nuvens desenharam alguma coisa a observar a frenética atividade de gente e de carros no moderno complexo viário do aeroporto, na certa não a mim, sim a todo o povo, mas e se fosse mesmo comigo? Como diria meu pai, vou levar um carão daqueles quando me provarem às portas do paraíso que a maior fantasia da história da humanidade é a mais pura realidade.
Dizem alguns românticos que Deus é Chico Buarque. Acho que não. Parece claro que Deus é Dorival Caymmi. Um artista puro e genial, preguiçoso e bem-humorado, o perfil idealizado de o todo poderoso criador do céu e da terra. Talvez por isso ande flutuando nos céus de Salvador a se mostrar onipresente para alguns desalmados e, quem sabe, a jogar flores imaginárias no colo de muitas desalmadas.
No retão da estrada, todavia, fiz três pedidos. Nunca é demais acreditar em coisas que não existem.

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