domingo, 15 de fevereiro de 2009

Alálaô


O jornal O Estado de S. Paulo traz em sua edição dominical uma ampla matéria analítica sobre a candidatura da ministra Dilma Roussef a Presidência da República. A foto, em close, mostra uma balzaqueana bochechuda que ninguém reconhece. Este é o ponto principal da reportagem, embora não seja abordado diretamente. Pela lógica, qualquer lógica, política ou não, qualquer lógica, uma pessoa só ganha uma eleição se tiver popularidade, se for íntima das intenções inconfessas do eleitorado. É neste ponto que mira –e mora- a estratégia do Governo Eleitoral, que dizer, do Governo Federal.
O rosto da ministra é apenas uma embalagem. Seu discurso resume bandeiras de consciência de movimentos sociais, como um herói que reclama das próprias façanhas, e promessas de continuidade desenvolvimentista aos investidores econômicos. Fala em nome de todos, para o bem de todos, e usa toda a capacidade de articulação política de seu partido e o poder devastador da caneta oficial. Ideologia? A sua, a minha, a deles, a dos outros, a de quem quer que seja. O objetivo declarado é chegar ao fim do ano com 20 por cento das intenções de voto.
Eu acho que vai dar certo.
Dilma, na verdade verdadeira, neste momento, para todo o Brasil, é o único nome que já foi lançado para a disputa eleitoral daqui a 20 meses. José Serra, governador de São Paulo, se restringe ao Estado de São Paulo. Dilma viaja por todo país, como uma estrela pop internacional, ou pelo menos como faria uma cantora sertaneja ou animadora de bloco baiana.
Por tudo isso, eu reafirmo minha disposição de sair no carnaval fantasiado com a máscara da Dilma e cantando o vibrante quebraê, quebraê, quebraê, quebraê.

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