quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

O retrato na parede

Estava cá eu a pensar neste estranho destino político do povo baiano de ser confundido com mulher rendeira quando me ocorreu uma sentença política filosófica, ora vejam o que é capaz a natureza humana.
Passo, pois, então, a pensar em voz alta.
Desde sempre, desde a colonização, o povo baiano, formado de reinóis, índios e escravos, o povo baiano vem sendo explorado e controlado por uma associação voluntária de latifundiários, comerciantes, militares, religiosos e governantes. E desde a lenta transição da ditadura para a democracia nos acostumamos a responsabilizar a direita, ou mais exatamente o grupo político de Antonio Carlos Magalhães, por todas as mazelas do povo e a incompetência administrativa do Estado. Entretanto, na última primeira oportunidade que a esquerda teve para uma mudança estrutural conseqüente, com a chegada ao poder do governador Waldir Pires, os seus resultados estiveram aquém, muito aquém do esperado. Antonio Carlos retomou o poder, tudo como antes no quartel de abrantes, povo magro e Estado gordo. Hoje, neste segundo tempo de direita versus esquerda na Bahia, o retrato da conjuntura social é o mesmo de sempre, como o coração de Cristo pregado nas paredes dos barracos da periferia das grandes cidades e nos casebres do sertão. Não mudaram nem as moscas.
Então, de cima do muro da observação independente e distanciada, concluo meu barato e rasteiro raciocínio e presto uma colaboração ao raciocínio de vocês para se descobrir o que afinal está acontecendo na política baiana:
- Só pode ser a maldição da cabeça branca.

Um comentário:

Anônimo disse...

companheiro, tente esquecer, apagar da memória essa triste figura da história política da bahia.