segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Índio quer apito

Hoje é uma segunda-feira triste de carnaval. A história da grande festa popular brasileira precisa ser recontada desde antes e depois da invasão do dinheiro. Os desfiles das escolas do Rio e São Paulo são pantominas teatralizadas para deleite de uma elite televisiva inculta, o desfile dos trios elétricos de Salvador virou uma espécie de grande espetáculo da excelência da ignorância (Caetano Veloso subiu no trio do Psirico –não se sabe se ele nunca ouviu sequer uma das letras românticas do bando baiano ou então simplesmente enlouqueceu), as demais grandes cidades improvisam um pastiche de sensualidade reprimida e apenas na ilha do Recife e em povoados menores da zona da mata nordestina ainda sobrevivem manifestações autênticas, livres do patrocínio que enriquece e envenena a cultura nacional. Se você acha que não, caia na folia.
Pois, como diria o sutil Gabriel García Márquez, é tudo a mesma merda.

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